terça-feira, 21 de junho de 2011

Liderança para a Qualidade



A liderança no atual ambiente de negócio é a característica mais apreciada em um profissional, devido à visão de que o principal ativo que as empresas possuem hoje são seus colaboradores e o conhecimento que agregam aos processos de negócio e consequentemente, a cultura da empresa. 
E são os líderes os responsáveis por potencializar os resultados pessoais/corporativos dos colaboradores de uma empresa.

Existem algumas abordagens que descrevem o processo de liderança que são:

Liderança Autocrática: a decisão é tomada por uma única pessoa;
Liderança Democrática: onde a equipe pode expor sua opinião e a decisão é tomada por consenso;
Liderança Liberal: a equipe operacional tem autonomia para tomar decisões sobre os processos que são responsáveis.

Mas a melhor abordagem a ser seguida, é que, a liderança deve ser situacional, pois cada colaborador possui necessidades e expectativas diferentes uns dos outros, sejam elas pessoais ou profissionais e cabe ao líder conhecer cada um de seus colaboradores para assim, poder liderá-los para a conquista dos objetivos da empresa e também dos seus objetivos pessoais.

O foco nas pessoas dentro dos processos é fundamental para o processo de liderança, pois elas são o elemento de transformação dentro de qualquer processo, sejam os manufaturados ou os automatizados, são elas o grande responsável por produzir com qualidade. Reconhecer isso perante a equipe é fundamental para um Líder, pois esta valorização proporciona o envolvimento total do colaborador com a estratégia da empresa.

Então para os profissionais que ocupam cargos de liderança, deve-se sempre praticar o exercício de questionar-se sobre:
Eu conheço individualmente cada membro de minha equipe?
Conheço suas necessidades e expectativas pessoais e de carreira?
A minha equipe tem confiança que minha liderança irá levá-los a atingir seus objetivos?

Esse exercício faz com que o líder perceba se esta liderando uma equipe motivada ou uma equipe acomodada. Para que a equipe não se torne acomodada, tornar o processo de gestão participativo é importante, pois cria o ambiente favorável ao envolvimento de todos para alcance dos objetivos. Para tornar a gestão participativa o líder pode realizar algumas ações como: manter sua equipe informada sobre a situação da empresa e ouvir a opinião sobre a mesma, praticar o empowerment, brainstormings e outras ações que dêem oportunidade da equipe participar e tomar decisões, esse situação fomenta um ambiente motivador para desempenho do trabalho.

Porém, um líder não precisa excluir do modelo de gestão de pessoas a figura do “Chefe”, ele deve apenas mudar o referencial, onde o chefe é personificado em uma determinada pessoa, e mostrar para cada membro de sua equipe que eles possuem sim, um chefe e este chefe são seus próprios objetivos e metas a alcançar, ou seja, o resultados que devem apresentar. Esta abordagem de “chefe” foi defendida por Peter Drucker na teoria de administração por objetivos e se encaixa perfeitamente, no atual contexto de mercado de trabalho, pois você será promovido/reconhecido pelos resultados que apresentar, pelas metas atingidas e também pode ser demitido por não atingir os mesmos. São esses dois processos que caracterizam o “chefe” aquele que demiti ou promove. Já o líder deve ser visto como aquele que vai fornecer os recursos, orientação e um ambiente favorável para o alcance de seus objetivos, ou seja, ele é um facilitador.

Portanto, gestores/líderes exercitem a habilidade de saber ouvir as necessidades e expectativas de sua equipe e aos liderados tenham seus gestores como líder “amigo” exponha para ele suas necessidades pessoais, anseios profissionais, expectativas e sonhos, para que assim ele possa exercer a liderança para qualidade, onde equipes satisfeitas e geram clientes satisfeitos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A importância do Planejamento Estratégico

Muitas empresas atualmente estão em busca de uma melhor estruturação nas suas políticas, e devido a concorrência cada dia mais acirrada, optam por uma adesão baseada no planejamento estratégico, definindo-o como ferramenta essencial para decidir quais serão as medidas a serem adotadas, além..

Por Thiago Nezzi

 
 
Muitas empresas atualmente estão em busca de uma melhor estruturação nas suas políticas, e devido a concorrência cada dia mais acirrada, optam por uma adesão baseada no planejamento estratégico, definindo-o como ferramenta essencial para decidir quais serão as medidas a serem adotadas, além das previsões de como deseja estar inserida no mercado. Portanto, destacaremos todas as principais abordagens do planejamento estratégico, junto com suas características logo abaixo.

Análise do ambiente externo – (Ameaças e Oportunidades)

Nesta etapa do planejamento é avaliado pela alta direção da empresa, quais são os fatores que podem se tornar ameaças ou oportunidades, que por sua vez irão influenciar os resultados internos e externos da empresa. Logo, se presume quais são esses aspectos e cria-se estratégias para neutralizar as possíveis ameaças com o intuito de reduzir os impactos que empresa poderá sofrer devido essas mudanças, e por outro lado, se presume quais serão as possíveis oportunidades através dos estudos nos aspectos políticos e legais, econômicos, sócio-culturais e tecnológicos, pois oferecem a faculdade de crescimento para a organização.

Deixando o ambiente macro que a empresa pertence, porém ainda avaliando o ambiente externo, existe a necessidade de um estudo setorial, que abrange diretamente a concorrência e os stakeholders agregados a empresa. Estudar as 5 forças de Michael Porter, permite a empresa estar mais preparada diante das possíves ameaças vindas diretamente dos concorrentes que compõem seu segmento de mercado. Já os Stakeholders merecem atenção individualizada, pois são grupos que trocam interesses com a empresa, sendo sugerida uma relação de Ganha-Ganha com esses agregadores de serviços.


Análise do ambiente interno – (Forças e Fraquezas)

Dentro da etapa de análise do ambiente interno da empresa, são levados em consideração quais são as áreas deficientes, e quais são as potenciais. Uma relação de aspectos são avaliados e diagnosticados após avaliação como forças ou fraquezas. Dentro de um sub-grupo por exemplo, podem existir características potenciais ou deficitárias, neste caso a empresa pode possuir uma equipe multidisciplinar com profissionais altamente técnicos, e em contrapartida não obter um planejamento de cargos e salários. São potencialidades e deficiências dentro do sub-grupo de Recursos Humanos, que fazem parte da análise interna.

São avaliados nessa etapa os seguintes sub-grupos:

Estrutura física, recursos tecnológicos, sistemas de gestão, recursos humanos, processos, marketing e finanças. Cada sub-grupo deve ser analisado com critérios baseados na cultura e valores da empresa, atrelado as tendências do mercado.

Missão, visão e estratégias

Após realizado o planejamento estratégico da empresa, pode se basear quais serão as medidas a serem tomadas para o crescimento da mesma. Com isso, surge a necessidade da elaboração da (missão, visão e estratégias), pois através destes conceitos são determinados as características principais da empresa, e como ela será vista na sociedade.

Missão é definida como o propósito da empresa existir, para qual necessidade humana ela busca satisfazer.

Visão é um plano a longo prazo, é a definição de onde a empresa quer chegar em determinado tempo.

Estratégias são as medidas que a empresa deverá tomar, para a obtenção da missão e visão ao longo do período.

Com isso temos as abordagens definidas dentro do planejamento estratégico, e a partir destas avaliações e planos de ações, que deve ser elaborado a cada estratégia definida, a empresa possui um rumo com muito mais possibilidade de obter êxito a médio e longo prazo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ritmo de contratação continuará acelerado no 3º tri, diz estudo

O ritmo do emprego deve continuar acelerado no terceiro trimestre do ano. Cerca de 41% dos empregadores brasileiros esperam contratar entre julho e setembro, aponta estudo divulgado nesta terça-feira pela consultoria de recursos humanos Manpower.

 

O estudo mostra ainda que 4% dos empregadores preveem diminuição nas contratações e 53% antecipam nenhuma mudança.

O otimismo registrado no período está ligeiramente mais fraco entre os empregadores brasileiros. A perspectiva de emprego caiu três pontos percentuais, tanto em relação ao segundo trimestre de 2011 quanto ao terceiro trimestre do ano passado.

"O ritmo de contratações continua intenso no Brasil. Empregadores brasileiros estão vivenciando um ambiente de negócio próspero, e o principal desafio no próximo trimestre é encontrar as pessoas certas com as habilidades certas --especialmente nos setores de Finanças, Construção e Serviços, nos quais os empregadores têm grandes expectativas de contratação", afirma Riccardo Barberis da Manpower Brasil.

SETORES


Os empregadores do setor de Finanças, Seguro e Imobiliário são os mais otimistas, com uma perspectiva de contratação de 58%, sete pontos percentuais a mais do que a do segundo trimestre.

As empresas de Construção e de Serviços também reportaram perspectivas positivas, com altas de 47% e 45%, respectivamente.

Entre as regiões, empregadores na cidade de São Paulo reportaram a perspectiva mais forte do país, alta de 44%. Empregadores no estado do Paraná também estão otimistas, reportando uma perspectiva de crescimento de 37%, seguido pelo Estado de São Paulo (36%).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Como lidar com um chefe difícil



















É muito provável que todos nós vamos encontrar pelo menos um chefe difícil nas nossas carreiras. 

Ambicioso, exigente, competitivo, impaciente, intrometido, rigoroso, rude, de voz ressonante, de cara fechada, poucas palavras ou gestos… independentemente da sua personalidade, saiba como manter uma postura e relação profissional com um chefe mais ou menos difícil.  


Não o evite. Mesmo que ele convoque reuniões no início do dia ou à dois minutos do fim do expediente, que telefone constantemente ao fim de semana e encha a sua caixa com dezenas de emails diariamente, procure não o evitar. Há quem tente passar despercebido quando trabalha sob as ordens de um chefe difícil, mas a verdade é que esse tipo de atitude muitas vezes acaba sendo ainda pior. Execute as ordens do seu diretor, ou seja, faça o seu trabalho e nada de se esconder no WC quando ele está para ter um dos seus “momentos” menos bons. Trabalho é trabalho.


Procure aliados. Numa empresa onde o diretor comanda com uma mão de ferro, é importante ter aliados, mais especificamente aliados que trabalham diretamente com a chefia. Seja a sua secretária ou braço direito, é importante ter a confiança de uma pessoa como esta para compreender qual a melhor forma de lidar com o chefe, se este é um bom dia para abordar este ou aquele assunto e para ser avisado no caso de algo não estiver bem para o seu lado… assim terá tempo para planear a sua defesa. 


Coloque tudo preto no branco. Faça questão de ter um caderno no escritório para poder apontar tudo o que é dito em reuniões (não se esqueça das datas!), seja com o diretor ou outros responsáveis. Com um chefe difícil é importante ter tudo documentado porque é uma das melhores maneiras de se prevenir contra eventuais problemas. Esta ferramenta é ainda útil noutros sentidos – para não esquecer detalhes, para executar na perfeição o seu trabalho e cumprir todos os prazos. Você deve ser assim com todos os chefes, com um problemático, mais ainda. Como diz o velho ditado: é melhor prevenir do que remediar.


Tenha um círculo de apoio. Não só para os momentos ruins, mas também para o caso de precisarem confrontar o diretor com algum projeto em particular ou algum assunto que afete a todos. A união faz a força, não é verdade?


Emoções controladas. Por vezes é muito difícil controlar as emoções perante as críticas (justas e injustas) ou palavras duras de um chefe problemático, no entanto, é o melhor remédio. Porquê? A partir do momento que um diretor percebe que você é uma pessoa que reage de forma emocional muito facilmente, você pode passar a ser o alvo preferido para ataques futuros e contínuos. Isso, por sua vez, irá suscitar conflitos constantes. O ideal é deixar o ego de lado e não reagir, apenas reconhecer calmamente as suas palavras e seguir em frente – ao dizer simplesmente “sim, compreendo” ou “desculpe não voltará a acontecer” eliminará quaisquer hipóteses de um ataque verbal mais extenso ou violento, você não irá se exaltar e o chefe irá compreender que, com você, não vale a pena atitudes extremas.


Discussão em vez de confronto. É óbvio que vão surgir situações em que terá que dialogar com o seu chefe e não há outra opção.  Entrar de imediato em conflito apenas vai gerar mais conflito, ou seja, em vez disso utilize as críticas vindas do diretor como tópicos de discussão sobre interesses, objetivos, soluções e peça-lhe conselhos. Se o seu chefe é um duro crítico do seu trabalho, ele provavelmente tem ideias sobre como esse mesmo trabalho deve ser melhorado e/ou executado, ou seja, é a melhor pessoa para o orientar. Por mais que você não concorde com o método definido pelo seu chefe, faça-o da melhor forma possível e, caso ele esteja errado, irá perceber isso por sí.


Autoconfiança. Nunca deixe que um diretor difícil o faça duvidar das suas próprias capacidades e talentos; pelo contrário, faça questão de dar sempre o seu melhor e esqueça aqueles que te criticam erroneamente. Só assim será capaz de triunfar no mercado do trabalho, de ultrapassar os obstáculos diários que enfrenta e de se manter mental e fisicamente são. Não há emprego, chefe ou empresa que valha a perda da sua auto-estima ou saúde. 


Amigos à parte. Você não precisa ser amigo do seu chefe, nem gostar dele, apenas tem de trabalhar com ele. Idealizar que pode mudá-lo é uma perda de tempo, porque o fato de ser um diretor problemático tem muito a ver com a sua própria personalidade e, como todos nós sabemos, as pessoas são como são. Em vez disso, canalize as suas energias para mudar a forma como você vê o comportamento do seu diretor e como esse comportamento o afeta enquanto pessoa e profissional. Em vez de o considerar um "perfeito idiota", mentalize aquilo que ele realmente é – o seu chefe. Nestes casos, o profissionalismo é a sua segurança. Sirva-se dela ao máximo.


Deixe o trabalho no trabalho. Nem todos conseguem esquecer os seus dias de trabalho, necessitando antes comentar certas situações ou desabafar com família e amigos ao chegar em casa. Não basta ter de lidar com um chefe difícil durante 8 horas por dia, 5 dias por semana…  ainda precisa leva-lo consigo para casa? Quando conseguir deixar o trabalho no trabalho – é um processo longo e nem sempre fácil – verá que os seus níveis de stress vão baixar drasticamente, você terá melhor qualidade de vida e terá mais energia positiva para o dia-a-dia no escritório. Vale a pena fazer esse esforço, as recompensas são muitas.

Fonte: picaroponto.com 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Profissionais de seleção e treinamento enfrentam desafios para reter talentos

Vistos como áreas operacionais, treinamento e seleção estão alterando tal conceito dentro das companhias 

Infomoney


A situação de escassez de talentos pela qual passa o Brasil não é mistério. Tal gargalo já vem sendo anunciado há alguns anos, sobretudo após as evidências de que o País está crescendo. 

Atrair e reter talentos, contudo, virou o principal desafio das empresas, que precisam se municiar para não ficar atrás nos negócios.

Essa missão trabalhosa recai sobre os profissionais de treinamento e seleção que, nesta sexta-feira (3), comemoram um dia especial voltado só para eles. Planejar, organizar e operacionalizar as atividades relacionadas a gestão de pessoas por competências é uma das várias tarefas que permeiam o mundo desses profissionais.

No entanto, não se deve confundir o que cada um deles faz. O responsável pela seleção, por exemplo, tem a incumbência de atrair e selecionar pessoas que tenham perfil técnico e de comportamento compatível com a empresa. Já o especialista em treinamento irá acompanhar a evolução de um profissional ao longo de sua trajetória.

"São duas funções demandadas, pois são áreas em que o profissional deve ser pró-ativo e se antecipar às demandas dos negócios que possam surgir", afirma Danilo Castro, diretor da Page Personnel, consultoria especializada no segmento de suporte à gestão do grupo Michael Page.

Mudanças

Vistos como áreas operacionais, treinamento e seleção estão alterando tal conceito dentro das companhias. Com a chegada da "Geração Y" e a consolidação de novos comportamentos corporativos, os profissionais não almejam somente uma boa remuneração, mas também se desenvolver dentro de uma organização.

"Daí vem o papel de selecionar, treinar e desenvolver. A questão é se antecipar ao mercado e entender as ações comportamentais que movimentam uma empresa. Movimentos assim geram valor agregado ao mercado", explica o especialista.

De acordo com Castro, o segmento de consultoria tem atraído muitos profissionais, não apenas os graduados em recursos humanos. Ele diz que até engenheiros, atuando no recrutamento de treinamento de outros profissionais, são utilizados por empresas da área de engenharia.

O salário inicial varia em torno de R$ 2.500. Em um nível mais elevado, tratando-se de um profissional especializado e do porte da empresa, essa faixa pode chegar a R$ 30 mil mensais. Em termos de formação, seleção e desenvolvimento são generalistas. O tipo de graduação pode ser deixado para segundo plano, à medida que o profissional se especializa e entende a concepção de negócio para o qual é encarregado.

Localização

Com o mercado aquecido, muitas regiões, antes adormecidas, têm despertado para a criação de postos de trabalho. Porém, a região Sudeste, especialmente o estado de São Paulo, concentra o principal foco de oportunidades e carreiras. Quanto às empresas, nacionais e multinacionais estão em busca de talentos para conduzir seus respectivos processos de seleção e treinamento.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Voluntariado. Aliado estratégico na gestão das empresas.

Conceitos como o de voluntariado ou responsabilidade social devem ser parte estratégica do plano de ação empresarial, pois representa benefício para todas as partes envolvidas: empresa, funcionários, instituições e comunidade.


O conceito difundido pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos diz que "o voluntário é aquele jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...". Já para a Fundação Abrinq, em recente estudo realizado pelos Direitos da Criança, o voluntário é um ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional.

Uma vez compreendidos estes conceitos, percebemos que o voluntariado deixa de ter uma conotação material para ter um sentido mais abstrato e de valor comportamental, no que tange à motivação pessoal, à inquietação diante da realidade social e ao impulso de se tornar o agente de transformação. De um modo geral, solidariedade, altruísmo, caridade, engajamento (se sentir útil) são valores sobre os quais se sustenta o ato voluntário (ou a vontade de realizá-lo), cuja motivação principal está na satisfação e no potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo.

A par destes conceitos, a segunda dúvida que nos surgiu foi sobre a relação entre o voluntariado e administração de empresas, ou o velho e bom "o que é que tem a ver"? Pois isso (a Administração) tem tudo a ver com o Voluntariado e eu já te digo por quê.

Qual o objetivo de toda empresa? Basicamente gerar lucro e satisfazer as necessidades dos seus stakeholders. Quem são os stakeholders? Acionistas, Clientes, Colaboradores e a Sociedade. As empresas, portanto, tem de cuidar e manter seus funcionários e clientes satisfeitos, porém sem deixar de compreender o seu dever perante o meio em que existe, contribuindo para o seu desenvolvimento sustentável e para a qualidade de vida.

Conceitos como o de voluntariado ou responsabilidade social devem ser parte estratégica do plano de ação empresarial, pois representa benefício para todas as partes envolvidas: empresa, funcionários, instituições e comunidade. Além disso, contribui para a formação de uma força de trabalho qualificada, já que qualidade dos produtos, tecnologias, diferenciação por serviços ou investimentos financeiros já não são mais garantias suficientes de diferencial competitivo, seja qual for o mercado em que se atue.

Em suma, podemos considerar as seguintes contribuições do voluntariado nas empresas: proporciona maior atração e a manutenção dos profissionais; contribui para o desenvolvimento de habilidades e atitudes que fortalecem o comprometimento com a organização, fortalecendo a lealdade à empresa; aumenta o nível de satisfação no trabalho; incentiva a criatividade, a confiança, a persistência e o trabalho em equipe; estabelece vínculos entre empresa, funcionários e comunidade, que se sente "proprietária" da empresa e contribui para o melhor posicionamento da marca da empresa (imagem) no mercado, que passa a ser vista como socialmente responsável.

Conceitos compreendidos, trabalho voluntário realizado, o que fica é a compreensão e o aprendizado de que, de maneira holística e sistêmica, o voluntariado em tudo tem a contribuir para a melhoria da gestão empresarial, especialmente no tocante a gestão daquilo que é o principal e mais importante ativo das organizações, as pessoas.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Uma análise das técnicas de negociação



Consultor avalia como fazer uma boa negociação seguindo as dicas de um especialista brasileiro.

Outro dia, recebi pela Internet a informação de que havia alguém que era, não apenas o “maior especialista em negociação”, mas também o “maior negociador do Brasil”. Fiquei entusiasmado, pois um dos postulados que adoto e difundo é o de que “quem quer ter sucesso deve estudar e aprender com o sucesso”. E nada mais fantástico do que aprender com alguém melhor, entre outros tantos nomes de peso, do que Eike Batista, Jorge Gerdau, Jorge Paulo Lemann, Roger Agnelli e Carlos Ghosn - um brasileiro naturalizado francês.

De qualquer forma, como além de consultor em negociação sou master practitioner em Programação Neurolinguística, resolvi fazer o básico, ou seja, um desafio linguístico àquilo que em PNL é enquadrado na categoria de "Comparações sem Padrão": Melhor em relação a que? Melhor de acordo com quais critérios, parâmetros ou sistema? Houve algum concurso? Ou alguém, sei lá por que razão, simplesmente resolveu se intitular desta forma, mesmo sem fundamentação na realidade? Assim, resolvi estudar a questão mais a fundo e confesso que esperava algo mais do ”maior especialista em negociação do Brasil”. Vejamos, a seguir, alguns pontos relevantes.

1º. As duas formas de se conduzir uma negociação

Um conceito fundamental é que existem duas formas de se conduzir uma negociação que são barganha de propostas e solução de problemas. Se você estiver negociando um apartamento, um carro, uma geladeira ou um guindaste, você pode negociar na base da barganha de propostas. Mas existem situações que só a negociação com base na solução de problemas resolve como foi, por exemplo, a negociação entre o Egito e Israel, para tratar da questão da península do Sinai e que resultou no acordo de Camp David. Mais ainda: no ambiente interno de uma empresa, onde ocorre um número incomensurável de negociações, a barganha de propostas costuma levar ao perde/perde ou a soluções de pior qualidade. O fato é que, embora se fale muito em sinergia nas empresas, só é possível alcançá-la caso haja uma cultura organizacional que privilegie a condução de negociações internas com base na solução de problemas. Sem isto, nada feito.

Vejamos como o conceito se aplica à atividade de vendas. Existem três tipos de vendedores, tira pedido, empurra produto - tipo vendedor pitbull, e consultor do cliente. O empurra produto é basicamente um barganha de propostas e há situações em que é possível se chegar a bons resultados desta forma. Mas hoje em dia, com a comoditização rápida de produtos e serviços e as compras baseadas em menores preços, a negociação feita por meio da solução de problemas tem uma resposta de maior qualidade, como mostram os conceitos de "Criação de Valor para o Cliente", de Ram Charan e o de "Vendas Complexas", como utilizado por Jeff Thull.

2º. A negociação conduzida na base da barganha de propostas

Caso se conclua que uma negociação deva ser conduzida na base da barganha de propostas, existem alguns procedimentos clássicos que costumam servir de guia, entre eles: pedir mais do que se espera receber; não aceitar a primeira proposta e ainda fazer cara de quem comeu e não gostou; dizer ao outro que tem que fazer melhor do que isto para se poder pensar em fechar o acordo; só conceder caso se receba algo em troca, de preferência de valor maior do que aquilo que se concedeu; utilizar a tática do mocinho e bandido direta ou indiretamente, neste caso com o emprego de autoridade limitada; fazer uma falsa demanda para depois conceder e obter algo em troca; solicitar concessão no momento do fechamento. Neste último caso existem dois procedimentos, a mordida e a surpresa final. A mordida consiste em solicitar uma pequena concessão, como por exemplo, uma gravata como condição para se comprar um terno. Já a surpresa final é mais pesada. Na reunião de fechamento do acordo, quando um dos lados está firmemente convicto de que tudo está resolvido e que a reunião é somente para a mera formalização do que já foi combinado, o outro lado, com base num um pretexto qualquer, solicita uma grande concessão, como um desconto de 20% ou mais. E esta é a razão do nome da tática. Se você não estiver preparado para esta possibilidade, pode cair direitinho.

De qualquer forma, convém salientar que existem duas formas de barganha de propostas: a agressiva e a suave. Na agressiva o negociador não está se preocupando com o relacionamento com a outra parte. Na suave, o objetivo é chegar ao limite do outro, ou seja, obter o máximo possível de concessões, dando a ele a impressão de que venceu ou que houve um ganha/ganha. Isto é, o falso ganha/ganha.

3º. A negociação conduzida na base da solução de problemas

Negociar na base da solução de problemas é bem mais difícil, pois além de se conhecer todas as táticas e procedimentos usados por negociadores barganha de propostas, é necessário se entender de solução de problema, processo decisório e comunicação. Entre os princípios que servem como guia na solução de problemas estão: não se deixar envolver pelas táticas ganha/perde; separar as pessoas dos problemas, mantendo o foco ou tendo em vista os interesses, necessidades, temores, expectativas e objetivos; primeiro compreender e depois se fazer compreender para se poder encontrar a solução; identificar interesses comuns, complementares, opostos e distintos e, em função disto, criar alternativas de ganho comum; desenvolver critérios objetivos de decisão.

Não resta a menor dúvida de que negociar com base da solução de problemas demanda bem mais competência do que negociar na base da barganha de propostas.

4º. Os três momentos do processo de negociação

É lugar comum que a preparação é a base do sucesso em qualquer negociação. Mas para uma ótima preparação, deve-se considerar, não apenas as óticas de todas as partes envolvidas, mas também as de um observador neutro. Igualmente as perspectivas otimista, realista e pessimista, ou seja, é preciso ter presente que a "Lei de Murphy" existe. Para levar em conta todos estes fatores, utilizo a matriz de preparação. Na preparação, também devem ser consideradas cinco áreas, conforme o MIN (Modelo Integrado de Negociação): conhecimento do assunto, três cenários, processos, relacionamentos e realidade pessoal dos negociadores como crenças e valores.

Um outro ponto importante é que toda a negociação é um processo composto por três momentos: preparação, execução e controle/avaliação e que a negociação não acaba quando o acordo foi firmado, mas sim quando foi cumprido. E tem gente que esquece disto.

Certa ocasião, uma empresa solicitou um produto com 24 mil horas de vida útil e o vendedor só dispunha, e entregou, um com 12 mil horas. Quando perguntado ao gerente comercial por que havia feito aquilo, a resposta foi: lá ninguém controla nada e quem compra não é quem usa o produto. Além do mais, não há um bom banco de dados e sistema de comunicação interna. Também deve-se considerar que existem as chamadas empresas com números imbatíveis, que não são de alto nível, como pode parecer à primeira vista. São empresas em que nada bate com nada. Os números do financeiro não batem com os do comercial e os da produção.

O fato é que existe o resultado ganha/perde, ao contrário do que afirma o maior especialista. Um outro exemplo é o de uma empresa de consultoria que na hora de fazer a venda manda os seus melhores especialistas. Na hora de fazer o projeto manda o estagiário. Devemos ter presente que o repertório de truques para enganar o outro lado é bastante elevado e constitui aquilo que chamo de táticas ganha/perde. Existem duas categorias: as falcatruas e as táticas psicológicas. Quem falar de ganha/ganha sem conhecer este conjunto de táticas, pode estar sendo profundamente ingênuo.

5º. Conclusão


Se você me perguntar se eu gostei de ter me aprofundado no conhecimento do “maior especialista em negociação do Brasil”, diria que sim. Mas vamos baixar um pouco a bola. Menos, pois negociação não é só barganha de propostas. Além disto, posso afirmar que existem outros consultores em negociação que tem, pelo menos, a mesma competência do maior especialista. Nos meus relacionamentos pessoais posso citar, pelo menos três nomes. Fora do meu círculo de relacionamentos, outros tantos.

Quanto a mim, faço minhas as palavras de Muhammad Ali, um extraordinário lutador de boxe que foi campeão mundial da categoria dos peso pesados e considerado por muitos especialistas o maior pugilista de todos os tempos: “Eu bem que tento ser modesto, mas quando eu tento me faltam os argumentos”.

Por José Augusto Wanderley (consultor em negociação e excelência de desempenho e autor do livro Negociação Total e autor da Editora Gente).