segunda-feira, 30 de maio de 2011

As Empresas no Divã

Renato Ricci
 
A psicologia parece ter mesmo entrado no mundo corporativo. Não se trata de instalar um divã no meia da área de Recursos Humanos, mas sim refletirmos sobre as dificuldades e desafios atuais.

O Dr. Stephen Paul Adler, norte americano, que atua há 42 anos em Nova York é um dos maiores experts do mundo em Comunicação Ericksoniana. Tem lecionado em instituições como a Universidade de Nova York e é o fundador da ACT Institute nos Estados Unidos e no Brasil. Recentemente tive a oportunidade de estar com o Dr. Stephen em um treinamento em São Paulo e durante um dos intervalos pudemos conversar um pouco sobre a aproximação da psicologia e o mundo corporativo.

As demandas atuais no mercado caminham sempre para situações estressantes. Quando estamos em uma fase positiva a pressão por resultados aumenta, entretanto quando estamos em crise, a pressão por sustentabilidade aparece. A comunicação entre líderes e liderados é um dos pontos chave para, em ambas situações, possamos atingir nossos objetivos.

Infelizmente muitas empresas ainda apresentam um foco no negativo.

O Dr. Stephen lembra que nossos gestores foram crianças um dia, e que por certo, cada um de nós pode trazer algo negativo transmitido por nossos país, ou mesmo pelo ambiente vivenciado no passado. Milton Erickson foi o responsável por levar a hipnose e o uso da linguagem positiva ao meio médico. A linguagem ericksoniana é hoje utilizada por diversos trainers ao redor do mundo com objetivo de tornar empresas mais competitivas.

Segundo o Dr. Stephen ela é pode ser utilizada para melhorar o processo de comunicação organizacional. Mas como utilizar esse processo em empresas que tem uma cultura negativa fortemente enraizada? A primeira questão importante a pensarmos é que quando nos comunicamos de forma mais profunda e positiva isto reflete diretamente nos resultados e até nos processos de inovação. Se a organização não for flexível o suficiente para mudar sua forma de comunicação, jamais poderá ser inovadora, afirma o especialista.

Ele vê um grande desafio na comunicação entre gestores seniores e a geração Y. O ponto é que os velhos e bons gestores, apesar de uma vivência enorme, ainda não sabem como se comunicar efetivamente com seus pares e liderados mais jovens. Na prática eles precisam reinventar sua forma de linguagem e comunicação e este é um um grande desafio.

Quando o assunto é sociabilização nas organizações o Dr. Stephen é mais incisivo.

“O engajamento social parece cada vez mais distante, ter uma rede social com milhares de supostos contatos pode não significar muita coisa. Criamos sociabilização por contato face a face, assim estabelecemos empatia. Nós confundimos o network eletrônico com o relacionamento social. Um não substitui o outro. Quanto mais as empresas deixam de lado o contato pessoal, maiores são os seus problemas. O uso do e-mail é exemplo disto. O ponto é que quanto menos temos relações face a face, maior são os problemas de interpretação errônea e decisões incorretas. 
 
Por exemplo, existem algumas empresas hoje nos EUA que estão mudando a forma de lidar com este tipo de comunicação. Algumas delas não permitem o envio de mais de cinco e-mails por dia e estimulam um contato pessoal sempre que possível.”

Parece que a Comunicação Ericksoniana pode ser mais um recurso interessante para promover mudanças positivas nas corporações.

About Renato Ricci Coach, Palestrante e autor. Diretor do Positive Change Institute Brasil.
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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Saiba como deixar de ser um profissional mediano para se tornar brilhante

Infomoney

Muitas vezes a pessoa quer se destacar motivada pela promoção de um colega ou por ficar fora de um projeto
 
No mercado de trabalho, existem profissionais que fazem seu trabalho da maneira esperada, são até considerados competentes naquela função, mas não se destacam. 
 
Para a professora do curso de Gestão de Recursos Humanos da Veris Faculdades, Suely Piaia Murtinho, isso acontece porque o profissional não tem proatividade.

“Ele até faz o arroz com feijão bem feito. Mas é um profissional mediano, ele não se sobressai porque não tem proatividade”, ressalta a especialista.

A consultora de carreira Maria Bernadete Pupo acrescenta que muitas vezes o profissional é considerado mediano porque não tem entusiamo com seu trabalho. “Não fazer o que gosta, ser acomodado, não ter energia e não ser empenhado são fatores que dificilmente ajudarão a pessoa ser brilhante”.

Como se destacar

O primeiro passo para deixar de ser mediano e se tornar “brilhante” é reconhecer as dificuldades, que podem ser relacionadas tanto com as competências técnicas como as comportamentais. De acordo com as duas especialistas, geralmente as pessoas não se destacam no trabalho por causa de questões de comportamento.

“É fundamental que ele sinta necessidade de mudar. Mas é importante ter ajuda, senão ele acaba fazendo sempre a mesma coisa, tendo as mesmas atitudes”, aconselha Suely. Segundo a professora, o estímulo de mudar de situação ocorre principalmente quando algum dos colegas é promovido ou envolvido em um projeto em que a pessoa gostaria de atuar.


imagem: Helder Almeida (iStockPhoto)




Primeiro passo para deixar de ser mediano e se tornar "brilhante" é
reconhecer as dificuldades


Quem pode ajudar

Neste processo, além da própria atitude do profissional de querer mudar, o gestor da empresa e o departamento de RH (Recursos Humanos) também podem ajudar. “Nada acontece sem um bom planejamento. É importante ter um plano de ação em conjunto”, diz Suely.

Maria Bernadete declara ainda que o líder tem uma função fundamental que é motivar seu profissional. “Ele tem de valorizar as pessoas”. Para ela, o chefe tem de possibilitar que o colaborador cresça por meio do envolvimento com a empresa, já que a falta de envolvimento é um dos principais motivos da alta rotatividade nas organizações.

Suely acrescenta também que o chefe tem de dar feedbacks constantes e acompanhar de perto o trabalho do profissional. Por fim, ela aconselha que a pessoa procure um coach que ajudará a identificar as suas dificuldades e trabalhar para saná-las. “Alguém de fora sempre enxerga melhor e nos mostra outros caminhos”, finaliza a especialista.
 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Terceirizar é coisa séria

Quando falamos em terceirizar um serviço em uma empresa –neste caso podemos englobar qualquer tipo de processo – a maioria das pessoas acredita que a principal vantagem é a redução de custos. 
 
Posso afirmar que estão equivocadas. Os benefícios de uma terceirização vão muito mais além



A ascensão da terceirização de BPO (Business Process Outsourcing) no Brasil e no mundo já é fato. E pudemos observar isso bem de perto na 14ª edição do “2011 Outsourcing World Summit”, realizado no final de fevereiro, nos Estados Unidos, e organizado pelo IAOP (International Association of Outsourcing Professionals).

O objetivo deste evento, como sempre, é debater as perspectivas e melhores práticas para o outsourcing, além da troca de informações e de experiências entre os participantes de diversos países.

Como em qualquer lugar do planeta, podemos englobar diversos aspectos em relação às vantagens que a terceirização pode agregar à empresa contratante, mas a principal delas é o conhecimento. Não basta apenas dizer que oferece o serviço e não ter profissionais capacitados para atender as demandas dos clientes. Por conta disso, as empresas de outsourcing precisam – e devem – sempre estar atentas às mudanças relacionadas ao seu campo de atuação. No caso de contabilidade brasileira, por exemplo, após a mudança da Lei 11.638/07, diversos outros aspectos foram alterados. Com isso, os profissionais das empresas de terceirização contábil tiveram – e têm – que se prepararem, participando de cursos, palestras etc.

Tendo um profissional apto e uma estrutura para atender as necessidades de cada cliente, talvez o preço não se torne tão vantajoso, já que não é possível fazer milagres. Além disso, uma empresa terceirizadora também tem todos os encargos que a organização contratante tem. Ou seja, não tem como oferecer um valor pelo serviço prestado muito abaixo.

O ponto que deve ser observado é se é melhor ter alguém cuidando de um setor da empresa que não é a sua expertise e dedicar-se mais ao seu negócio?

Geuma Campos Nascimento é mestre em contabilidade, sócia da Trevisan Outsourcing e professora da Trevisan Escola de Negócios
 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Gerenciando o relacionamento com fornecedores

A verticalização, ou tendência à especialização das atividades da empresa em torno de sua atividade central, faz com que o processo de terceirização ganhe força e com ele a gestão dos fornecedores. É a hora do SRM!

 
O SRM (Supplier Relationship Management), ou a gestão da relação com os fornecedores, busca a redução dos custos inerentes da cadeia de suprimentos, não só otimizando o processo de compras, mas também buscando empresas fornecedoras cada vez mais competentes e confiáveis, que garantam o cumprimento dos requisitos contratados.

Traçando um paralelo entre o CRM e o SRM, enquanto o primeiro busca tornar mais eficazes as relações entre empresas e os seus clientes, a SRM tem como principal objetivo simplificar e tornar mais eficazes os processos entre a empresa e os seus fornecedores, o que no final pode representar ganhos também para os clientes.

A gestão do relacionamento com os fornecedores representa uma oportunidade para melhorar as operações entre o comprador e o vendedor, na medida em que implementa melhorias nas práticas de trabalho de forma a alcançar o sucesso mútuo. Do lado do comprador, busca ainda monitorar o desempenho dos vendedores de forma consolidada.

O apetite por projetos de SRM varia bastante em função da complexidade e maturidade da cadeia de suprimentos. Por exemplo, participarii da feira APAS 2011 (Feira Internacional de Negócios em Supermercados), e conduzi palestras tratando da gestão do relacionamento no varejo. O varejo é, sem dúvida, o setor onde a gestão do relacionamento com fornecedores atinge o seu ápice, considerando a grande amostra e diversidade de fornecedores presentes.

Entre os principais desafios das empresas na gestão de seus fornecedores estão: as grandes bases de dados de fornecedores, sem critérios mínimos de classificação e preferência; os relacionamentos múltiplos e não coordenados entre fornecedores e representantes da empresa; a ausência de regras claras de mensuração do desempenho e a consequente capacidade limitada na geração de relatórios de performance; a inexistência de programas de reconhecimento e premiação para fornecedores; e a falta de definição de papéis e responsabilidades na gestão dos fornecedores.

A resposta aos desafios apontados anteriormente passa pela construção de uma estratégia de SRM para a empresa, capaz de promover a estruturação de seus processos de compras, a organização das pessoas e a aplicação da tecnologia. O objetivo é promover a segmentação dos fornecedores preferenciais e os prescindíveis; o acompanhamento estruturado de seu desempenho, com vistas a planos de recuperação e desenvolvimento; políticas de incentivo; e identificação de oportunidades de redução de custos no dia-a-dia do relacionamento.

Olhando de cima, fornecedores e clientes querem a mesma coisa. Querem conhecer e serem conhecidos. Cada um deles é um elo da mesma corrente, hora comprando, hora vendendo. Felizes as empresas que possuem práticas de gestão de relacionamento para seus "Cs" e para seus "Ss".
 

Egon Coradini
Egon Coradini, formado ciências da computação pela PUC-SP e pós-graduado em marketing pela ESPM, é Diretor Comercial da MSBS Tridea, parceira Microsoft em CRM. Possui mais de 20 anos de experiência no mercado de TI atuando como executivo de vendas em ERP e CRM, seu foco atual 
 
 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Para CIOs, falta de mão de obra ameaça crescimento das organizações

por Silvia Noara Paladino

Desenvolvimento de novas competências e formação de gestores estão entre os pilares estratégicos das áreas de TI nas maiores empresas


Recrutamento e retenção de mão de obra qualificada são preocupações que tiram o sono de qualquer CIO no Brasil. Esta realidade foi confirmada no estudo "Antes da TI, a estratégia", realizado pela IT Mídia com o objetivo de mapear as tendências de investimentos em tecnologia entre as mil maiores empresas do País. Segundo a pesquisa, mais da metade dos líderes de TI indica a falta de profissionais capacitados entre as três maiores ameaças ao crescimento futuro das organizações.

Não por acaso, gestão de pessoas esteve entre os temas mais urgentes e problemáticos tratados no IT Forum 2011, durante os intercâmbios de ideias batizados com o mesmo nome do estudo. Mais do que profissionais preparados tecnicamente, o atual grande desafio dos CIOs, concluíram os congressistas, reside na preparação de equipes com conhecimento de negócios e competências gerenciais.

Jorge Cordenonsi, vice-presidente de tecnologia da Sodexo para Américas do Sul e Central, que o diga. Há três anos, o executivo liderou localmente um processo de transformação global da TI da companhia. O plano foi viabilizado por uma decisão pouco ortodoxa: a criação de uma área de recursos humanos dentro da estrutura de TI, voltada a preencher os gargalos de recrutamento e retenção deixados pelo departamento de pessoas corporativo. O mesmo foi feito com os núcleos de finanças e supply chain, tornando a divisão de TI quase que uma empresa independente.

O que poderia parecer um isolamento da unidade e, consequentemente, um desalinhamento entre TI e negócio, na verdade, significava o contrário para a corporação. "Com uma área de recursos humanos específica, conseguimos adquirir novas competências para criar essa sinergia com o negócio", explica Cordenonsi, adicionando que a ponte com as demais áreas é feita por meio de representantes dedicados.

Com mais de 1,2 mil colaboradores de TI em todo o mundo, a Sodexo conseguiu, a partir desse revisão, reduzir os elevados índices de turn-over para apenas 5%, no Brasil. Desde então, desafios como reter talentos, administrar carreira e salário, gerenciar o conhecimento e formar líderes está permanentemente na agenda do executivo. "Pessoas são a minha prioridade número um como diretor de tecnologia", ressalta ele.

Mais recentemente, a companhia lançou o programa ‘My carrear, my way" (no português, ‘Minha carreira, meu caminho", que estabelece processo e uma ferramenta para que o profissional visualize e entenda o seu plano de crescimento, identificando oportunidades de atuação. A organização já apurou um aumentou de 10 pontos percentuais na satisfação dos colaboradores.

TI e negócios


A reestruturação da equipe de TI também consistiu em um dos grandes pilares da transformação liderada por Fabio Faria no Grupo Votorantim, a partir de 2005. Mais de 70% dos colaboradores foram substituídos, a fim de moldar a área de tecnologia - até então de perfil totalmente operacional e carente de práticas de governança - com a implementação de um modelo baseado em melhores práticas de mercado, plano de desenvolvimento de pessoas e unificação do planejamento estratégico de TI.

O Projeto Integra SAP, que seguiu até fevereiro de 2007, deu início à padronização dos ambientes de TI das empresas que compõem a frente industrial do grupo. "O maior desafio foi a parte política da empresa, ao termos que integrar tudo isso. A mudança foi gradual e difícil, mas tivemos apoio muito forte dos acionistas, e isso foi fundamental. Realizamos mais de mil workshops de discussão de processos", recordou Faria.

Com isso, a companhia conseguimos criar objetivos e metas compartilhados. "Todas as pessoas pertencem à holding, e não a cada segmento de negócios, serão perderíamos o conjunto. Hoje, temos 90% de padronização, com diferenças apenas nas áreas comercial e de produção", contou o CIO.

Com a missão de suportar os processos de negócios para conduzir a consolidação da empresa como organização de classe mundial, José Carlos Padilha, CIO da Carbocloro, ressaltou ainda o envolvimento de todo o time do planejamento estratégico. "Eu incentivo a participação de todo o grupo. Não adianta levar só uma equipe de gestores, que talvez não tenha conhecimento sobre detalhes importantes", destacou o executivo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Cultura e o Clima Organizacional nas Empresas

Cultura em termos de ciências sociais é a maneira de ser um grupo (esse grupo pode ser um povo).
Existem elementos culturais materiais: os livros, brinquedos, vestimenta, etc. e não materiais: as leis as normas o comportamento, as ideias, as crenças, etc. Em 1952, pesquisadores encontraram mais de 160 definições de cultura. A mais recente e mais simples é a de Ferraro (1994) que diz: “Cultura é tudo que as pessoas têm, pensam e fazem como membros da sociedade”.
A Cultura é um mecanismo de controle social. Através da cultura a organização define a realidade com a qual os seus membros irão viver.
A Cultura Organizacional de uma empresa é um conjunto de crenças ou hábitos desenvolvido pelos seus gestores ou funcionários ao longo da existência da empresa. São os valores e ensinamentos que vão moldando o modelo de gestão da empresa. É um sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais. É o modo de agir e de pensar que existe dentro da empresa e a maneira como motiva os funcionários, como faz negócios como trata os clientes ou funcionários e também representa como é o pensamento de seus dirigentes.

A Cultura Organizacional são as normas informais e não escritas pelo qual os colaboradores se orientam no dia-a-dia e assim possam atingir os objetivos organizacionais. Quando da época de realização do planejamento estratégico da empresa deve-se levar em conta toda essa cultura para que não causemos descontentamentos entre os colaboradores.

Hoje em dia as empresas investem em treinamento de modo a internalizar os valores que são representativos para as empresas programas corporativos, são idealizados para que com atividades de jogos, teatros, dança entre outros a empresa possa difundir e ate apresentar novos valores.
Moscovici (1997) afirma que: “A maneira de lidar com as diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e tem forte influencia sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de comunicação, relacionamento interpessoal no comportamento organizacional e na produtividade.”. Sendo assim, o relacionamento interpessoal e o clima dos grupos podem trazer satisfações ou insatisfações pessoais ou grupais, repercutindo na organização em sua totalidade.
Nassar (2000): “... Cultura Organizacional é o conjunto de valores, crenças e tecnologias que mantém unidos os mais diferentes membros, de todos os escalões hierárquiados, perante as dificuldades, operações do cotidiano, metas e objetivos. Pode-se afirmar ainda que é a cultura organizacional que produz junto aos mais diferentes públicos, diante da sociedade e mercados o conjunto de percepções, ícones, índices e símbolos que chamam de imagem corporativa.” A cultura organizacional pode sofrer mudanças ao longo do tempo.
Vergasta (2001), “A Cultura Organizacional não é algo pronto e acabado, mas está em constante transformação, de acordo com sua historia, os seus atores e com a conjuntura.”
Chiavenato (1996), “A Cultura Organizacional consiste em padrões explícitos de comportamentos adquiridos e transmitidos ao longo do tempo constituem uma característica de cada empresa.”.
Weil (1995): “... uma Cultura Organizacional é um conjunto de valores, conhecidos e costumes ligados a uma visão não fragmentada do mundo em que a organização é considerada um organismo vivo em constante movimento, constituindo um sistema de eventos e com uma constante interação e independência de sistemas maiores ou menores.”.
Alguns indicadores da Cultura Organizacional:

- Iniciativa individual -Direção - Tolerância ao risco - Integração - Contatos gerenciais
- Controle - Identidade -Sistema de recompensa - Tolerância ao conflito -Padrões de comunicação

A Cultura Organizacional é um conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições, interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização, representam o costume e a maneira tradicional de pensar e fazer as coisas, sendo assim, cada organização tem sua própria cultura. E o Clima Organizacional constitui o meio interno ou a atmosfera psicológica, está ligada ao moral e à satisfação das necessidades dos participantes, podendo ser assim saudável ou doentio, quente ou frio, satisfatório ou insatisfatório, ou seja, depende do sentimento dos participantes em relação à organização, se a empresa está de acordo com as suas próprias necessidades.

Clima organizacional

Clima Organizacional é a qualidade do ambiente que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que influencia o seu comportamento. É aquela "atmosfera psicológica" que todos nós percebemos quando entramos num determinado ambiente e que nos faz sentir mais ou menos à vontade para ali permanecer, interagir e realizar. Somos influenciados pelo clima organizacional e, ao mesmo tempo, o influenciamos. Esse ciclo de influências criará um efeito o qual chamamos de "realimentação de auto reforço", fazendo com que certas características da cultura sejam amplificadas através de comportamentos repetidos nas relações do dia-a-dia. Assim, se a cultura organizacional for virtuosa, esse ciclo amplificará comportamentos construtivos, gerando mais produtividade com qualidade de vida. Mas se a cultura for viciosa, o ciclo de influências arrastará a empresa para comportamentos cada vez mais destrutivos, prejudicando a produtividade, desgastando as pessoas e os seus relacionamentos. Portanto, torna-se vital conhecermos os fatores que dificultam a manutenção de um clima organizacional produtivo se pretendemos intervir de forma significativa.
Os inimigos do clima produtivos são os problemas de relacionamento entre colegas, gestores e subordinados, a falta de uma comunicação eficiente, as atitudes negativistas e a instabilidade emocional.

Os prejuízos gerados por uma má gestão do clima organizacional são catastróficos. Para termos uma ideia da dimensão do problema, vamos avaliar o impacto de apenas três dos principais efeitos ocasionados por um ambiente de trabalho inadequado:
Baixa produtividade: Pesquisas indicam que colaboradores com baixos índices de motivação, utilizam somente 8% de sua capacidade de produção. Por outro lado, em setores/áreas/empresas onde encontramos colaboradores motivados este mesmo índice pode chegar a 60%.
Gastos com rescisões: Segundo pesquisa realizada pela consultoria Produtível, de Porto Alegre, 60% dos executivos em processo de recolocação no mercado foram demitidos por questões comportamentais. Perceba que as principais causas das rescisões não foram por incompetência técnica, mas pela incapacidade de estabelecer relacionamentos interpessoais construtivos e atitudes produtivas.
Gastos com seleção e treinamento: Este é um item que dispensa pesquisas. Toda empresa tem uma boa noção dos altos custos de tempo e dinheiro envolvidos no processo de seleção e treinamento do seu pessoal.
O Clima Organizacional dentro de uma empresa não é algo simples de ser analisado, porque ele se apresenta difuso, nebuloso e sem contornos bem definidos, dificilmente se mostrando claro aos olhos dos administradores que procuram avaliá-lo e entendê-lo. Até por isso, pouca coisa existe sobre o assunto na literatura administrativa ou de Recursos Humanos. Entretanto, são encontradas algumas definições desenvolvidas por estudiosos e pesquisadores, não só nacionais, mas também internacionais, que procuram explicar o significado de Clima Organizacional.
Dentre as definições de Clima Organizacional mais conhecida, destacamos as seguintes:
Flávio de Toledo e Benedito Milioni, que no Dicionário de Administração de Recursos Humanos definem:
“Clima Organizacional é um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização“.
O consultor norte-americano Stanley M. Davis diz que:
“Clima organizacional é uma avaliação de até que ponto as expectativas das pessoas estão sendo atendidas dentro da organização”.
Warren G. Bennis, outro consultor norte-americano diz:
“Clima Organizacional é um conjunto de valores ou atitudes que afetam a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras e com a organização”. O professor George H. Litwin diz que, em sua opinião:
“Clima Organizacional é a qualidade do ambiente dentro da organização, e que é percebida pelos membros dessa organização como sendo boa ou não, e que influenciam o seu comportamento“.
Como se nota, existe uma ideia em comum nas definições acima: em todas elas, o Clima Organizacional está ligado, diretamente, à maneira como o colaborador PERCEBE a organização com a sua cultura, suas normas, seus usos e costumes, como ele INTERPRETA tudo isso e como ele REAGE, positiva ou negativamente, a essa interpretação.
A conclusão é que o Clima Organizacional não pode ser “criado” pela organização, no sentido literal de se produzir alguma coisa num determinado momento, mas é algo que já existe, vivo e atuante, dentro dela, resultante, principalmente, de fatores internos, das decisões tomadas e da maneira como o pessoal é administrado pelos seus chefes, e atinge o colaborador, diretamente, no que diz respeito à percepção que ele tem da empresa, induzindo-o a determinado comportamento.
Também não podemos esquecer que, sendo a organização um verdadeiro universo de diferentes interesses, consequência de posturas pessoais e profissionais diferenciadas, modo de vida diversificado, maneira diferente de encarar o mundo, não existirá uma só empresa em que todas as pessoas que dela participem tenham conceitos e valores uniformes. Não é correto acreditar que todos, dentro da organização, frente às suas políticas, normas e costumes, interpretem e reajam da mesma maneira, tenham os mesmos valores e a mesma intensidade de aceitação ou rejeição sobre os mesmos aspectos ou acontecimentos da vida profissional e pessoal.
Isto significa que uma mesma situação existente na organização, num determinado momento, será percebida de maneira diferente pelos diversos grupos de colaboradores. Alguns terão uma percepção positiva, e a considerarão uma situação agradável ou motivadora, porque de alguma maneira ela atende suas aspirações e desejos. Outros, frente à mesma situação, terão uma percepção negativa porque, de maneira contrária, ela não atende suas motivações.
Podemos então afirmar que, além da organização não criar o seu clima organizacional teremos, dentro de uma mesma organização, diferentes climas organizacionais num mesmo momento, causados pelos mesmos acontecimentos, mas com efeitos diferentes nos diversos públicos internos, causando sensações positivas para uns e negativas para outros.
Então, não é possível se falar da existência de apenas um Clima Organizacional único e uniforme; o clima irá variar de acordo com a situação psicológica e o estagio motivacional em que se encontra cada colaborador e a maneira como ele interpreta o contexto da empresa, através das informações recebidas ou percebidas no ambiente interno.
Em nossa opinião, Clima Organizacional é “A maneira, positiva ou negativa, como os colaboradores, influenciados por fatores internos ou externos à organização, percebem e reagem num determinado momento, ao conjunto de variáveis e fatores como as políticas, os procedimentos, usos e costumes existentes e praticados pela organização”.
O clima organizacional é de certa forma, o reflexo da cultura da organização, ou melhor, o reflexo dos efeitos dessa cultura, na organização como um todo. Luz (1995) afirma que o “clima é resultante da cultura das organizações; de seus aspectos positivos e negativos (conflitos)”. Portanto, o clima organizacional influencia e é influenciado pelo comportamento dos indivíduos na organização, no seu desempenho, motivação e satisfação no trabalho.
Já Soares (2002), diz que “o clima mapeia o ambiente interno que varia segundo a motivação dos agentes. Aprende suas reações imediatas, suas satisfações e suas insatisfações pessoais”. Como mudanças na cultura organizacional são mais profundas, levam mais tempo para acontecer. Já o clima é mais fácil de ser percebido e apresentando uma natureza mais transitória, podendo ser administrado tanto a curto quanto em médio prazo.
Edela (1978), o clima organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura, como preceitos, caráter e tecnologia. Decorre do peso dos efeitos de cada um desses elementos culturais, valores, politicas, tradicionais, estilos, gerenciais, comportamentos, expressões dos indivíduos envolvidos no processo e também resultante do conjunto de instrumentos, conhecimentos e processos operacionais da organização.

A pesquisa de clima organizacional de uma empresa é uma ferramenta utilizada para medir e apurar o grau de satisfação dos colaboradores diretos da empresa perante determinadas variáveis. A direção da empresa determina um padrão que deve ser utilizado para medir esse clima organizacional que entre outros pontos estão aspirações pessoais, motivação, ambições funcionais, adequação da remuneração, horário de trabalho, relacionamento hierárquico, relacionamento profissional, interação social, dentre outros. Conforme os resultados apurados por essa pesquisa a empresa tem condições de corrigir alguns pontos que possam estar enfrentando algum problema ou se antecipar algum problema futuro que seja de relacionamento hierárquico ou até mesmo com os clientes externos e fornecedores pelo modo que a empresa se relaciona com esses clientes porem a pesquisa deve ser feita de uma maneira clara e honesta não tirando de seu escopo os itens problemáticos com a finalidade de mostrar aos colaboradores que o clima organizacional é agradável.

As pesquisas de clima organizacional apenas trazem um mapeamento do ambiente psicológico, mas não têm o poder (nem a pretensão) de prover soluções efetivas para o problema. Se pretendermos obter melhorias realmente expressivas e sustentáveis sobre o clima, precisaremos investir em programas práticos capazes de intervir no que acontece "da pele para dentro" das pessoas, e que, portanto, não se limitem a oferecer apenas teorias, modelos e conceitos.
Programas estruturados, que priorizem a otimização dos comportamentos produtivos através da redução de stress e reatividade, bem como do aumento do discernimento e do bem-estar do colaborador. Assim, iniciamos um processo em cadeia que começa com a melhoria do clima do indivíduo e que poderá culminar com a evolução de toda a cultura organizacional. Talvez você esteja pensando que tudo isso é no mínimo complicado. As coisas eram realmente bem mais simples naquela época em que os problemas de produtividade podiam ser resolvidos com o aperto de alguns parafusos. Mas a verdade é que o mercado evoluiu muito nesses últimos anos e, se a empresa deseja garantir seu lugar ao sol neste novo cenário, uma dica para aumentar a produtividade é investir na melhoria do clima organizacional através da melhoria do clima das pessoas.

A compreensão da relação entre a cultura organizacional e o clima organizacional é essencial para a boa aplicação da ferramenta, baseado no conceito de clima organizacional que pode ser modificado e influenciado pelo gestor, através da correta aplicação de pesquisa de clima organizacional, e outras ferramentas.


A influência da Cultura Organizacional nos Processos de Mudança


O Psicólogo nas organizações também é responsável pelo desenvolvimento organizacional, um conjunto de técnicas projetadas para ajudar as organizações a mudar para melhor. Ajuda os funcionários a melhorar seu desempenho e interagir com os seus companheiros de trabalho de forma mais eficiente através de princípios e procedimentos comportamentais. Uma iniciativa de desenvolvimento organizacional muda à forma com que as pessoas trabalham como elas se comunicam e como coordenam seus esforços. O desenvolvimento organizacional é como “esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção, no sentido de melhorar os processos de resolução de problemas de renovação organizacional, por meio de um eficaz e colaborativo diagnóstico e administração da cultura organizacional, com a assistência de um consultor-facilitador e a utilização da teoria e da tecnologia das ciências comportamentais”.
Com o desenvolvimento organizacional surgem novos conceitos de organização, de Cultura e de Clima organizacional. A organização atua em um meio ambiente e sua existência e sobrevivência dependem da maneira de como ela se relaciona com o meio, portanto ela deve ser estruturada em função das condições e circunstâncias que caracterizam o meio em que ela opera.
O objetivo do desenvolvimento organizacional é mudar a cultura e melhorar o clima da organização. A mudança é uma transição, de uma situação para outra situação diferente. O processo de mudança implica em ruptura, transformação, perturbações, interrupções, que resulta em adaptação, renovação e revitalização. Segundo Lewin o processo de mudança envolve três etapas:

1- O descongelamento do padrão atual de comportamento, na qual as velhas ideias são derretidas e desaprendidas para a implementação de novas, as necessidades de mudanças são obvias e a organização como um todo rapidamente a entende;
2- É a mudança, ela surge quando existe a descoberta e adoção de novas atitudes, valores e comportamentos, é a fase em que novas ideias e práticas são aprendidas, as pessoas passam então a pensar e executar de uma nova maneira;
3- O recongelamento, na qual ocorre a incorporação de um novo padrão de comportamento de modo que se torne uma nova norma.

O processo de desenvolvimento organizacional é um processo de mudança que leva anos e pode continuar indefinidamente. 
Esse processo é dividido em oito etapas:

1- Envolve decisão da empresa em utilizar o desenvolvimento organizacional como instrumento de mudança organizacional e escolher um consultor para coordenar o projeto.
2- Ocorre o diagnóstico, na qual o consultor se reúne com a direção da empresa para definir o programa ou modelo utilizado.
3- Ocorre à colheita de dados, que é realizada por meio de pesquisa para conhecer o ambiente interno, avaliar o clima organizacional e obter dados sobre os problemas comportamentais, através de reuniões com grupos.
4- A retroação de dados e confrontação, nesta etapa grupos de trabalhos é criada para avaliar e rever dados obtidos, com o objetivo de localizar problemas e estabelecer prioridades de mudança.
5- É o planejamento de ação e solução de problemas, ou seja, elaboração de planos específicos responsáveis pela condução das ações, quando e como elas devem ser implementadas.
6- Ocorre o desenvolvimento de equipes, na qual gerentes e subordinados são incentivados a trabalharem em equipes utilizando a comunicação aberta e confiança.
7- O desenvolvimento intergrupal, na qual os grupos realizam reuniões de confrontação com o objetivo de alcançar melhor relacionamento intergrupal entre as diversas equipes.
8- A avaliação e acompanhamento, onde o consultor avalia os resultados e desenvolve outros programas nas áreas onde resultados apontam necessidades.

Segundo Schein (1986), o Planejamento de mudanças deve ser mediado pela cultura organizacional, ou seja, quanto mais importante à ação de mudança for para a estratégia, maior deve ser sua compatibilidade com a cultura da organização.
As reações durante o processo de mudança devem ser monitoradas para se aprender mais sobre a outra cultura si e para se reconhecer como as mudanças estão sendo interpretadas pela organização.
Para o processo de mudança é necessário o envolvimento de funcionários em todos os níveis da organização, pois a modificação nos processos de trabalho e a variação no estilo gerencial podem influenciar no clima organizacional e futuramente promover mudanças na cultura da organização.
As organizações são constituídas de seres humanos que estão em constante desenvolvimento e que interagem entre si. E ao mesmo tempo em que trazem sua própria cultura às organizações, assimilam a cultura vigente. Essa inter-relação cultural pode transforma-se em uma nova cultura.

Cultura e Clima Organizacional  por Solange Rejane Sá em http://www.webartigos.com

Fonte:
http://www.webartigos.com/articles/65037/1/Cultura-e-Clima-Organizacional/pagina1.html#ixzz1LDQfCaiV